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O agro é pop porque o agro é gente!


08/09/2022 Osmar Cardoso Junior

O curso de agronomia dura, em média, cinco anos e concentra, nos primeiros semestres, matérias como biologia e bioquímica. Com o decorrer do aprendizado, disciplinas profissionalizantes são inseridas na grade curricular e focam em subáreas como ciência do solo e agricultura. De acordo com dados do Inep/MEC, ingressam por ano 21.723 alunos na graduação e se formam 8.561.

Que o Agronegócio é a locomotiva da economia do Brasil estamos fartos de saber. Dia a dia os noticiários nos dão a exata dimensão do setor para o sucesso (ou redução do fracasso) da economia brasileira. Mas de fato, sabemos quem são essas pessoas? Quem faz o Agro acontecer?

Existe, porém, um vazio, um desacordo entre a oferta de vagas e profissionais aptos para ocupá-las. Experiências diversas exigidas sem cabimento, habilidades ainda em formação destes jovens, empresas buscando profissionais prontos e com muita dificuldade de treiná-los são entraves para este recrutamento.  Diariamente, uma enxurrada de oportunidades é divulgada no LinkedIn, e vários profissionais de hunting estão em uma busca desenfreada por profissionais que atendam estas competências.

Eu já fui um destes formandos ingressando no setor, vivi o que era chamado na época de “O milagre da soja”. O ano era 2003/4, a China recém entrada da OMC demandava commodities e o Brasil enfim estava pronto para atender a demanda. Pela primeira vez em muitos anos, as empresas estavam recrutando profissionais ainda nas academias, pois a necessidade de mão-de-obra qualificada era crescente. Enfim tudo aconteceu, e como era de se esperar, tudo exatamente diferente do que eu havia planejado.

 

O ÓBVIO PRECISA SER DITO!

Me deparei com um cenário desafiador, diferente do que fora preparado para enfrentar. A Universidade me deu a bagagem técnica, mas o que me surgia aos olhos era um entendimento de mercado, de pessoas, de cultura que era totalmente diferente do que eu já havia vivido, e isso poderia ter sido muito mais leve, para mim e para a empresa.

A integração de um agrônomo, profissional de vendas de insumos, numa área de atuação é de fato algo mágico! A interação com os clientes, com os agricultores, as descobertas da nova região, as festas e – claro – o trabalho árduo, são vivências que marcam demais as nossas vidas, mas poderia ser ainda melhor.

A preocupação com a entrega de resultados e o desempenho imediato do novo profissional, aliado a líderes que não entendem a liderança situacional, negam uma informação básica: este profissional ainda não está pronto!

É necessário este olhar mais humanizado, entender que aquele jovem está imerso em um mundo de novidades, onde desfrutar as benesses e viver as dores são as atividades mais importantes, dando o resultado esperado ou não. É nesta hora que o óbvio precisa ser dito, pois em uma integração mínima, tanto a empresa, quanto o líder e o jovem podem extrair o máximo das suas características e competências para benefício mútuo.

Costumo pensar que esta preparação tem 3 grandes pilares simples e óbvios, mas por vezes negligenciados. Na minha visão, estas etapas – quando cumpridas – tendem a aumentar e muito as chances de êxito profissional e humano:

  • CONHECER O ENTORNO: propiciar a imersão do jovem dentro da sua nova realidade, ou melhor, na VIDA REAL, destrinchar o mercado a ser explorado, a cultura da região de atuação, o tipo de colonização, quais culturas agrícolas são plantadas na região. É muito comum o choque cultural, dada a grandiosidade do nosso país, isso pode ser um dificultador de um bom começo, mas é papel do líder e da empresa dirimir estes entraves e propiciar ao novo profissional uma experiência incrível! Isso se chama employee experience.

 

  • CONHECER A EMPRESA: A falta de clareza sobre o que se espera entre o profissional, o desempenho e as métricas, que por vezes ambos se encontram em situações de surpresa quando um resultado não sai como combinado. Ao líder, cabe dizer ao recém-chegado o que se espera exatamente dele, quer seja no aspecto comportamental, quer seja no técnico. A quem chega, é necessário também um esforço para entender com quem está lidando agora. A casa dos pais ficou para trás, as pessoas no ambiente profissional são diferentes e nos tirarão da zona de conforto. Saber lidar com seu líder é sinal de sabedoria e maturidade.

 

 

  • CONHECER A SI MESMO: ninguém é bom em tudo, e isso é ótimo! Saber qual é o seu perfil comportamental, o que te agrada e te desagrada, pode facilitar e muito seu início nesta jornada. As pessoas são diferentes, e todos os perfis são valorizados e requeridos para a empresa. Um excelente técnico tem seu valor na condução e desenvolvimento das soluções da empresa, o relacional possui competências valiosas nas conquistas de mercados, clientes e prospecção de novos negócios. O analítico tem uma sabedoria única de enxergar detalhes e com isso prever situações lucrativas e inovações simples. Mas não se esqueça: a combinação de todos os perfis é um grande trunfo!

 

Não há receita de bolo, muito menos soluções mágicas. As relações interpessoais e a inteligência emocional são competências requeridas em qualquer setor de atuação profissional. Eu falo do Agro com propriedade, pois já passei por todas as etapas, e já ajudei muitos profissionais a terem sucesso e conquistarem seu espaço. A mudança chega para todos, e no Agro essa tendência é ainda mais latente, pois a responsabilidade de produzir alimentos com sustentabilidade será imprescindível para a continuidade das empresas do setor e, consequentemente, para as pessoas.

A tecnologia está cada vez mais fazendo com que a produtividade, a lucratividade e a sustentabilidade andem juntas. Dominar as técnicas é o que demandará as novas tendências, e se atualizar nesses assuntos fica cada dia mais imprescindível. Mas, quem fará isso são as pessoas, líderes e liderados, que compõem os quadros funcionais das empresas. Esta deve continuar sendo uma preocupação genuína e constante, pois O AGRO É POP PORQUE O AGRO É GENTE!

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