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Longevidade, você já pensou nisso?


01/09/2022 Jorge Cesar Souza

Se nos fosse dado o poder de decidir com que idade morreríamos, qual seria nossa resposta? Entendo que é uma pergunta extremamente difícil de responder, mas vamos entender esta pergunta como uma provocação para raciocinarmos sobre a atual expectativa de vida mundial.

Quem imagina morrer aos 60 anos, entre 60/70 anos, entre 70/80 anos, acima de 80? Se esta pergunta nos fosse feita há 40 anos atrás, a maioria responderia entre 60/70 anos.

A expectativa de vida em 1945 era de 45 anos de idade. Hoje está em torno de 76 anos.

Observem a diferença – 45 anos para 76 anos. As pessoas ganharam mais de30 anos de vida. Veja bem: 30 anos de vida, não 30 anos de velhice.

E por que estamos vivendo mais? Primeiramente porque se controla com mais eficiência as mortes prematuras, vítimas de doenças infecciosas, subnutrição. O controle destas mortes precoces logicamente faz com que a expectativa de vida aumente.

A longevidade está acontecendo não só porque as pessoas chegam aos 70/75 anos de idade, e sim porque está acontecendo uma inversão da pirâmide. A base da pirâmide começa a diminuir e o topo da pirâmide, onde estavam os idosos, começa a aumentar. Logo, a longevidade também está ligada a diminuição do número de nascimentos.

Em 1975 as mulheres tinham em média 5,8 filhos. Hoje a média está em torno de 1,8 filhos por mulher.

Ao longo da história as mulheres tinham muitos filhos porque sabiam que alguns deles não sobreviveriam. A cada 10, 3 morreriam e, em camadas mais pobres o índice de óbitos chegava a 5. Usava-se a expressão “não vingava”.

Hoje isso é completamente diferente. Segundo o IBGE, se uma mulher tem um nível de escolaridade de mais de 8 anos, ela vai ter em média 1,6 filhos. Se tiverem menos de 8 anos de escolaridade, terão em média 3,2 filhos.

Outro motivo do aumento da longevidade, apesar de não estarmos em um estágio ideal – mas, com certeza melhor que tempos atrás – é a melhoria na infraestrutura das cidades.

Mais um motivo é a evolução do conhecimento dos profissionais da área da saúde. A tecnologia aplicada a essa área também contribui muito para a longevidade.

Os países desenvolvidos enriqueceram antes de envelhecer. Nós estamos envelhecendo antes de enriquecer. E esse desafio é muito maior. Isso nós assistimos diariamente. Filas enormes em hospitais, dificuldades na questão de medicamentos. Se esse aspecto fosse administrado de maneira eficiente, nossa expectativa de vida seria ainda mais prolongada.

O Brasil é um dos três países que mais rapidamente está envelhecendo. Daqui 30 anos teremos 29% de pessoas idosas. Hoje no mundo temos 700 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Em 30 anos esse número será de 2 bilhões.

Otto Von Bismarck, chanceler alemão, em 1889 criou uma coisa chamada aposentadoria, ou seja, mandava as pessoas para o aposento. Será que essa invenção de Bismarck, de mandar as pessoas para o aposento, está dando certo nos dias de hoje?

Um estudo feito pelo Institute of Economics Affairs (IEA) de Londres afirmou que a aposentadoria pode aumentar em 40% as chances de a pessoa desenvolver depressão, por se sentirem ociosos e sem um propósito.

Na contramão da tendência acima, dados de pesquisa da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia constataram que o número de pessoas com mais de 65 anos que estão trabalhando com carteira assinada aumentou 43% entre 2013 e 2017.

Esta pesquisa revelou que os profissionais dessa faixa etária são caracterizados como os mais tolerantes, carinhosos, cuidadosos, produtivos, responsáveis, educados, atenciosos, éticos, e que estão mais preparados para o mercado de trabalho. Essas características representam os principais motivos para que as empresas estejam começando a contratar mais idosos, pois constataram uma oportunidade de crescimento para o seu negócio. Por isso, podemos dizer que o comprometimento e a fidelidade dos idosos causam uma diminuição de turnover e absenteísmo para as empresas, o que acaba trazendo maior economia ao contratante.

Por fim, o fato de serem carismáticos ajuda, por exemplo, na criação de uma melhor experiência por empresas que lidam diretamente com seus clientes, o que também contribui para uma maior fidelização.

A passagem da infância para a idade adulta é chamada de adolescência. Estamos vivendo hoje a gerontolescência. Termo criado pelo médico Alexandre Kalache que define uma nova forma de envelhecer.

Trata-se de uma mistura dos conceitos de envelhecimento e adolescência e refere-se a um grupo de pessoas que está saindo da idade adulta, passando pelos 65 anos, mas que ainda não envelheceu de fato e, assim como o adolescente, o gerontolescente vai fazer muito barulho!

Ele também quer viver novas experiências, descobertas, viver sua missão de vida e quem sabe dar vazão a sua real vocação. Esse grupo de pessoas tem um grande talento chamado sobrevivência, quilometragem!

Para chegar lá, temos que otimizar as oportunidades baseadas em 4 pilares: saúde, educação continuada, participação e segurança. Se tivermos saúde, educação para sermos relevantes na sociedade e segurança (moradia, alimentação etc.), teremos a possibilidade de desempenhar um fundamental papel.

Quando deve acontecer essa preparação? Hoje, aos 20 ou 30 anos para que ao longo da vida possamos incrementar todos esses fatores que nos darão a oportunidade de exercermos nossa missão, nossa vocação.

Paralelamente a esses fatores, temos também que dar especial atenção a algumas ações que proporcionarão o nosso desenvolvimento e darão qualidade ao longo de nossa vida: evitar o sedentarismo, fumo, álcool e ter uma dieta saudável. Na verdade, devemos combinar isso tudo com mais 4 fatores: autoeficácia, autoestima, otimismo e bom humor.

Quero comentar sobre a autoeficácia e ilustrar isso com um exemplo. Arthur Rubinstein que, ao ser perguntado como continuava um grande pianista aos 89 anos, respondeu: “Reduzi meu repertório, hoje executo peças que exigem menos energia e treino muito mais”. Isso é autoeficácia.

Você pode não ter os mesmos recursos que tinha na sua juventude, mas se você os utilizar bem, continuará desempenhando brilhantemente a sua função. Seja uma pessoa amada, não seja ranzinza. Desenvolva coisas que contribuam com seu capital social porque ele é tão importante quanto seu capital vital e seu capital financeiro.

Nós precisamos ter uma vida mais interessante e temos que nos preparar para isso. Vamos nos instruir para termos uma escolaridade mais longa. Por que não fazer um mestrado aos 70 anos? Vamos descobrir nossa real vocação que, muitas vezes, por questão de necessidade ou falta de experiencia, não praticamos.

Com uma maior longevidade, teremos a oportunidade de desenvolver novas relações sociais, adquirir novos conhecimentos e desfrutar o que a vida nos oferece de melhor: a aproximação e o acolhimento social.

Leia Também: O modelo de gestão participativa e os seus benefícios

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