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Autonomia! Para quê?


17/11/2021 Marcela Jacob

Todos os dias, milhares de pessoas seguem praticamente o mesmo ritual. Seus despertadores tocam, elas tomam seu banho, seu café, vestem sua roupa e seguem para o trabalho ou trabalham de casa mesmo. Tudo isso parece igual, mas não é! O que as diferencia é o grau de autonomia que cada uma possui.

Kant¹ descreveu, no século XVII, que autonomia é a capacidade da vontade humana de se autodeterminar para realizar algo, seja para si, para o outro ou para o mundo, independentemente de fatores exógenos. Eu diria, simplesmente, que está diretamente relacionada à condição existente entre a necessidade e a livre vontade. Por isso, então, algumas pessoas têm mais facilidade do que outras para executar determinadas tarefas ou realizar outras?

Essa questão é um tanto quanto mais complexa do que só responder sim ou não. De forma prática, diria que, ao longo de suas vidas, as pessoas que executam algumas tarefas de maneira melhor do que outras tarefas ou, ainda, melhor do que outras pessoas, foram mais supridas de ferramentas que as permitissem desenvolver a sua vontade em aprender e a realizar algo para atender a uma determinada necessidade contextual.

Vou dar um exemplo: nunca gostei muito de inglês e passei a vida toda estudando por apenas entender o aprendizado dessa língua era um “mal” necessário. Até hoje, me considero com certa fluência em inglês, e consigo muito bem ler. Dentro das minhas possibilidades, pude fazer um cursinho, além das aulas na escola, mas, se comparo meu grau de fluência com o de outras pessoas com os mesmos recursos, posso encontrar, por vezes, algumas com mais fluência do que eu. No geral, essas pessoas com mais fluência tiveram a vontade despertada em aprender a língua ou a própria necessidade batendo à sua porta.

Eu pude experimentar essas duas coisas juntas: vontade e necessidade. Estava fora do Brasil e sozinha, ou seja, só contava comigo e no momento em que eu me coloquei em uma situação de necessidade do uso da língua, é que pude perceber o quanto eu estava limitada, e uma das coisas que me limitou foi a vontade em aprender, não despertada lá atrás. Naquele momento, usei outros recursos, outras ferramentas, outras habilidades para que eu pudesse recuperar ali a minha autonomia e realizar o que tinha me proposto para aquela viagem. A vontade e a necessidade foram balizadores importantes para que eu entrasse em ação quando precisasse.

Nas empresas, assim como em nossa vida, isso se faz presente quase a todo momento, pois, rotineiramente, temos que tomar decisões, protagonizar soluções, alcançar resultados, organizar processos, entregar com qualidade, engajar as equipes, ser transparentes e produtivos, desempenhar, liderar, treinar, desenvolver, inspirar e colocar em prática tantos outros verbos de ação dos quais precisamos nos apropriar diariamente.

Já parou para pensar que a chave para o seu futuro pode ser a sua autonomia? Ao partir para a ação, precisamos lançar mão de alguns atributos pessoais e, de posse deles, alcançar, com consciência, o que nos propusemos como resultado, meta ou objetivo, seja na vida ou no trabalho. Antes disso, entenda por atributos as características mais próprias e particulares que possuímos ou desenvolvemos e, com as quais transitamos pelo mundo. A partir disso, escolhi três atributos iniciais que considero como princípios básicos da autonomia e que, se associados, podem auxiliar a alcançar os resultados planejados, seja em estados de necessidade ou de livre vontade:

OBSERVAR: observe e entenda como as coisas funcionam e quais são as necessidades daquele contexto ou circunstância. Isso é visão sistêmica;

APRENDER: aprenda com o outro, mas também seja autodidata. Busque por si só adquirir novos aprendizados. Isso é autodesenvolvimento;

REALIZAR: coloque em prática, faça o que tem que ser feito e tome uma iniciativa. Isso é proatividade.

Para adquirir esses atributos, precisamos de algo além, que nasça e cresça dentro de nós e dentro das organizações, a autodeterminação. Pode-se dizer que autodeterminação é a associação entre a vontade “não-livre” e a necessidade de realizar suas escolhas sem intervenção externa. Por ocasião, em ambientes conservadores, é ser a alavancadora da ação quando a autonomia não se faz presente ou foi cerceada. É claro que, se a autodeterminação e a autonomia estiverem em sinergia, presentes nas organizações ou na constância da vida, os resultados ou objetivos traçados serão ainda mais promissores. Ela independe da autonomia, mas depende completamente de uma decisão individual e própria de cada um.

Ainda, tenha uma posse consciente desses atributos, pois, qualquer jornada que você ou sua empresa deseje percorrer, seja por vontade ou por necessidade, será mais rica em conhecimentos, habilidades e atitudes e, certamente, associados à autodeterminação, transformarão qualquer desafio em grandes oportunidades. “Você não é produto das circunstâncias, você é produto das suas decisões.”²

Conte comigo,

Marcela Jacob

Leia também: Pare de fazer Marketing e seja autêntico!

Citações:

¹Immanuel Kant (1724 a 1804): filósofo prussiano, considerado como o principal na era moderna, famoso pela elaboração do denominado Idealismo Transcendental; junto com Laplace, desenvolveu a primeira teoria sobre a formação do Sistema Solar.

²Viktor Frankl (1905 a 1997): neuropsiquiatra austríaco, preso pelo nazismo em um campo de concentração, fundou a terceira escola vienense de Psicoterapia, Logoterapia e Análise Existencial; criou a primeira ciência especializada em sentido da vida no mundo.

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