Provavelmente, a produtividade seja um dos temas mais discutidos no meio corporativo atualmente. O profissional produtivo é valorizado e ganha especial destaque na organização.
Mas como nos tornarmos profissionais produtivos e capazes de alcançar grandes resultados? Desenvolver o autocontrole, liderar a equipe e realmente sermos diferenciados?
Logicamente que essa resposta não se resume a uma fórmula pura e simples, mas um dos componentes para o sucesso nos resultados refere-se à nossa capacidade de relaxamento.
No dia 18 de março comemora-se o Dia Mundial do Sono, criado pela Organização Mundial da Saúde. A verdade é que a relação entre sono e alta performance não se refere somente ao desempenho profissional. Está também ligada ao bem-estar e qualidade de vida. Isto porque o sono é uma condição fisiológica de atividade cerebral, natural e periódica.
O sono tem uma série de funções e é fundamental para manter o nosso organismo funcionando de forma adequada, proporcionando o equilíbrio psíquico, emocional e metabólico, além de restabelecer a disposição para realização das atividades diárias e exercer grande relevância no humor, pois a baixa qualidade do sono gera estresse e irritabilidade.
Logo, a pessoa que não dorme bem pode apresentar sinais de cansaço, ansiedade, falta de disposição, prejuízos à capacidade de memorização, cognição e desempenho motor. Estima-se que, a cada 24 horas sem dormir, uma pessoa diminua em 25% sua capacidade de realizar um trabalho mental.
Nesse contexto, como a qualidade do sono afeta o resultado das empresas?
Um dos fatores que provocam resultados insatisfatórios é o absenteísmo, que se caracteriza como o volume excessivo de faltas ou atrasos no trabalho, sendo responsável por uma significativa queda no faturamento e desempenho das organizações. Uma das causas dessa brutal queda é a privação do sono de seus colaboradores.
A insônia pode ser apontada não só como uma das causas de ausências ao trabalho, mas também como sendo responsável pelo alto índice de rotatividade, impactando na redução da carga horária de trabalho.
A título de ilustração, pode-se afirmar que, se ocorre na empresa um índice de absenteísmo de 20%, a grosso modo, a ideia é de que a empresa reduz em 20% sua força de trabalho.
Esse fator deve ser cuidadosamente analisado pelas empresas pois, certamente, um resultado muito abaixo da expectativa será alcançado, prejudicando sensivelmente os objetivos organizacionais.
Além disso, outros fatores que também impactam negativamente os resultados referem-se às despesas com rescisão de contrato, pagamento de férias e 13º salário proporcional, impostos e demais custos relacionados ao desligamento do colaborador, procedimentos do RH para desligamento do colaborador, custo atrelado à queda de produtividade do setor onde o profissional estava alocado em função da sua ausência no ambiente de trabalho, redução da produtividade da equipe em razão do impacto psicológico relacionado ao desligamento do colega e perda dos valores investidos com treinamento e desenvolvimento do profissional desligado.
O índice aceitável de absenteísmo circula entre 3 e 4%. Caso este número esteja acima da média, é preciso especial atenção por parte da organização. É fundamental que a empresa, com vistas na solução do problema, oriente seus colaboradores com o objetivo de eliminar ou pelo menos diminuir o impacto negativo apresentado em seus resultados.
Programas de orientação da importância da qualidade do sono devem ser desenvolvidos e comentários sobre o significado da higiene do sono e seus benefícios devem ser reafirmados.
O Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE-PUCRS) define como higiene do sono uma série de procedimentos e posturas que estimulam o sono tranquilo. Exemplificando alguns desses tópicos: dormir apenas o tempo necessário para se sentir descansado (se com 8 horas já se sente bem, evite dormir mais do que 8-9 horas, mesmo que não tenha compromisso no dia), crie uma rotina de acordar sempre no mesmo horário – independente se for final de semana ou não – e, se você sofre de insônia, recomenda-se evitar tirar qualquer forma de cochilo ao longo do dia.
A prática regular de exercícios ajuda a regular o ciclo circadiano, mas é importante que esses exercícios sejam feitos em horários distantes do horário de dormir. Evite ingerir qualquer tipo de estimulantes depois das 18 horas, evitar fazer atividades muito estimulantes uma hora antes de dormir, procure praticar alguma forma de relaxamento (por exemplo respiração). Caso você tenha ido para a cama e não tenha conseguido dormir em 20 minutos, é melhor sair da cama e dar uma volta antes de tentar novamente (recomenda-se ler por alguns minutos, por exemplo).
Dessa forma, o bem-estar físico e mental será preservado e as vantagens serão evidentes para ambas as partes, empresa e colaboradores.
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